Às vezes evitamos falar sobre uma dor do passado quando a relação já está amenizada com a pessoa envolvida. Frequentemente colocamos "uma pedra" no assunto para seguir em frente. Evitamos também trazer à tona o ocorrido para não "falar mal" da pessoa. Há aqui um sentimento de culpa contraditório.
O esquecimento implica na desistência em reparar. Esquecemos porque não consideramos valer a pena reatar os laços desfeitos. É possível que novos laços se formem, mas fica a impressão de que algo não é mais o mesmo.
O perdão tem na raíz da palavra o ato de "doar completamente". Há um saber do que se está doando - portanto não se esquece. É um reconhecimento de que houve uma perda, mas há intenção de continuar alimentando a relação.
Se apenas esquecermos, perdemos a possibilidade de gerar uma transformação evolutiva naquela relação.
Psicólogo Clínico, formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e realiza atendimento psicológico particular de público adulto e adolescente. Abordagem Psicanalítica.